Com estados no topo da lista do combustível mais caro do país, Nordeste encontra na tecnologia a solução para economizar até 35% e ser sustentável

Foto de Engin Akyurt via Pexels.com

O nordeste tem alguns dos estados com os preços dos combustíveis mais caros do país. No Ceará, o valor médio do combustível subiu de R$ 5,82 para R$ 5,87, o preço mais caro da região e o quinto maior no ranking nacional, apenas atrás de Amazonas (R$ 6,56), Acre (R$ 6,39), Rondônia (R$ 5,98) e Roraima (R$ 5,95), segundo o último levantamento divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Frente aos altos preços, os nordestinos têm buscado alternativas que tragam economia e agreguem sustentabilidade ao abastecimento de seus veículos. Neste cenário, a tecnologia tem se mostrado aliada.

A utilização tem partido dos frotistas, e exemplificamos como. Sabe aquele caminhão de entrega parado com motor ligado, enquanto é descarregado? Além de queimar combustível desnecessariamente, o que gera aumento de custos para a empresa, a prática é prejudicial ao meio ambiente – e à saúde de quem está no entorno. Agora, o uso de aplicativos ajudam a combate esse e outros desperdícios.

É o caso da Ceará Cerâmica, com 50 anos de atuação e é fabricante de produtos da construção civil com sede na região metropolitana de Fortaleza. Realizar entregas de materiais em obras em todo o Estado faz parte da rotina de trabalho. Desde o segundo semestre de 2022, a Ceará Cerâmica aderiu a um aplicativo de gestão de frota desenvolvida pela Infleet, de Salvador. Com isso, passou a dispor de acompanhamento em tempo real dos dados dos veículos de sua frota, bem como das informações precisas das rotas cumpridas e do comportamento dos motoristas – funcionalidades de telemetria disponíveis e acessíveis pelo celular, na palma da mão.

Foi possível, assim, identificar quanto tempo o motor fica ligado com os veículos parados, bem como quilometragem percorrida e a relação dela com cada evento (entrega). Um comparativo entre o primeiro quadrimestre de 2023 e o último quadrimestre de 2022 apresentou números que confirmam a eficácia da solução tecnológica. Nesse período, a Ceará Cerâmica diminuiu em 35% o tempo ocioso da frota, com impacto na quilometragem: menos 16%, sem prejuízo à demanda de trabalho.

No Maranhão, um caso similar: o da Cobesa, distribuidora da Coca-Cola, que possui uma frota de 35 veículos, entre caminhões e motos. O uso da tecnologia iniciou em 2021 e permitiu à empresa acompanhar em tempo real acelerações, frenagens, comportamento dos veículos em curva. Da análise dos resultados, surgiram providências que reduziram em 25% o tempo ocioso da frota. Ainda, que se transformaram em orientações aos motoristas. Outra postura tem levado à economia de combustíveis e a uma direção mais segura.

O CEO da Infleet, Victor Vilas Boas Cavalcanti, destaca que os ganhos da digitalização da gestão de frota se dão em pelo menos duas escalas. Uma, a que impacta diretamente os frotistas, com a redução de gastos com combustível, maior eficiência da frota, portanto melhor produtividade e menores custos. Outra, os benefícios à coletividade.

“Operações mais eficientes das frotas significam reduzir encargos com transporte e logística, e sabemos o quanto isso se reflete no chamado ‘custo Brasil'”, avalia.

O especialista aponta que tanto a Ceará Cerâmica como a Cobesa confirmam as tendências para a gestão de frotas nos próximos anos. São elas o uso de automação, inteligência artificial, IoT e análise de dados, incluindo aí telemetria; a adoção de sistemas computacionais em nuvem.

“A busca por eficiência energética, maior produtividade e redução de custos é preocupação inerente no setor de logística. Por isso, o uso de recursos tecnológicos sofisticados estão entre as tendências em gestão de frota”, sublinha Cavalcanti.

Sobre a Infleet

Com sede em Salvador e atuação nacional, a Infleet completa 5 anos em 2023 – foi lançada em 2018. Neste ano, anunciou a obtenção do aporte de R$ 5 milhões em rodada liderada pela Citrino Ventures, uma corporate venture capital, por meio do fundo CV Idexo. Anteriormente, já havia captado R$ 2,6 milhões. Tem crescido, em média, 150% ao ano com clientes relevantes, como Vopak, Grupo SBF e Buser.

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