Greve de ônibus na Região Metropolitana de Salvador

Nesta segunda-feira (24/07), os rodoviários que trabalham no transporte metropolitano nas cidades vizinhas da Região Metropolitana de Salvador decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A categoria alega que a medida foi tomada devido à falta de repasse da PEC (Parcelamento Especial de Créditos) das empresas, que inclui o pagamento da rescisão de duas empresas de transporte que operavam na RMS e fecharam suas atividades.

A greve resultou na paralisação dos ônibus do sistema metropolitano, causando lotação nos pontos da região durante as primeiras horas do dia. Cerca de 250 mil passageiros são transportados diariamente por ônibus de cinco empresas que circulam pelos municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Camaçari, São Francisco do Conde, Madre de Deus, e outras cidades da região da Linha Verde, incluindo Rio Real, o distrito de Subauma, em Entre Rios, Santo Amaro, entre outras.

Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus do Transporte Metropolitano de Salvador, Mário Cléber Costa, a categoria foi surpreendida pela não realização do pagamento acordado em junho, referente às deliberações da PEC das empresas. Ele alega que R$ 20 milhões dos R$ 36 milhões depositados nas contas do Governo da Bahia em outubro do ano anterior foram repassados para as empresas. Entretanto, Mário Cléber Costa acusa o Governo do Estado de querer destinar os outros R$ 16 milhões, originalmente destinados ao pagamento dos trabalhadores das empresas falidas, para quitar dívidas com o metrô.

O presidente do sindicato ressalta que essa destinação é inconcebível, uma vez que o metrô não utiliza óleo diesel, não faz parte da PEC e representa um desafio tanto para a categoria quanto para as empresas. Ele defende que os R$ 16 milhões devem ser destinados ao pagamento dos trabalhadores. No total, 513 trabalhadores estão envolvidos nesse processo.

Em fevereiro deste ano, os rodoviários já haviam feito uma paralisação de 24 horas na Região Metropolitana de Salvador em decorrência dessa situação. Na ocasião, um acordo havia sido feito para liberar o dinheiro em 20 de julho. Contudo, o acordo não foi cumprido, resultando na assembleia em que a categoria decidiu pela greve atual.

Para lidar com a demanda de usuários que utilizam as linhas do sistema de transporte metropolitano em Salvador, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) preparou uma operação emergencial durante a paralisação. Sete linhas do sistema municipal foram reforçadas para garantir o deslocamento dos usuários durante a interrupção do serviço. Essas linhas dão acesso a regiões que são atendidas pelas linhas operadas pelos metropolitanos, como a orla e a região central da cidade. A operação conta com 42 ônibus remanejados e agentes da Semob estão posicionados em locais estratégicos para orientar os usuários.

Além disso, a Prefeitura de Lauro de Freitas também divulgou um esquema especial para atender a população durante a greve. Todos os ônibus do Transporte Complementar de Lauro de Freitas (Translauf), inclusive os reservas, foram disponibilizados nas ruas do município da Região Metropolitana de Salvador, e o transporte escolar também foi autorizado a transportar passageiros.

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